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Philip Martin Fearnside

Ecólogo, Pesquisador do INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, AM.

As políticas ambientais brasileiras para a Amazônia:
Lições dos últimos 20 anos

Nos últimos vinte anos as políticas públicas brasileiras sobre o meio-ambiente na Amazônia têm sido marcadas por inconsistências evidentes. Por um lado, o governo lançou uma série de iniciativas ambientais, incluindo a criação de unidades de conservação, a repressão ao desmatamento ilegal, e a exigência de Estudos de Impacto Ambiental para licenciamento de obras. Por outro lado, os planos de desenvolvimento ao longo deste período, incluindo o atual “Programa de Aceleração do Crescimento” (PAC), mostra uma extensa lista de obras de infra-estrutura para construção. Muitos dos projetos previstos para Amazônia teriam severos impactos ambientais e sociais. A mudança de uso da terra na Amazônia produz emissões globalmente significativas de gases de efeito estufa, tais como gás carbônico, metano e óxido nitroso. A redução da taxa de desmatamento representa um impacto evitado. O desmatamento evitado é um meio de transformar o valor dos serviços ambientais da floresta em um fluxo monetário que pode ser usado para manter a floresta e para manter a população humana que a defende. Evitar emissões de gases de efeito estufa representa o serviço ambiental que está mais próximo a se tornar uma fonte significativa de renda na Amazônia. Ao mesmo tempo, a biodiversidade e a ciclagem de água são, potencialmente, fontes de valor a longo prazo.

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Philip Martin Fearnside é Pesquisador da Coordenação de Pesquisas em Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus, desde 1978. Estuda problemas ambientais na Amazônia brasileira há 33 anos. Formado em Biologia, Colorado College/EUA. Mestre em Zoologia e PhD em Ciências Biológicas pela Universidade de Michigan. Autor de mais de 400 publicações sobre meio ambiente e desenvolvimento, foi identificado pelo Instituto de Informações Científicas (Thomson-ISI) como o segundo mais citado cientista no mundo na área de aquecimento global. Em 2006 ele recebeu do Ministério do Meio Ambiente o Prêmio Chico Mendes com 1º lugar na área de Ciência e Tecnologia.